Outono
JOHN WILLIAM GODWARD GEORGE HENRY BOUGHTON
CESARE SACCAGGI ÉMILE EISMAN SEMENOWSKY
O outono toca realejo
No pátio da minha vida.
Velha canção, sempre a mesma,
Sob a vidraça descida…
Tristeza? Encanto? Desejo?
Como é possível sabê-lo?
Um gozo incerto e dorido
De carícia a contrapelo…
Partir, ó alma, que dizes?
Colher as horas, em suma…
Mas os caminhos do Outono
Vão dar em parte nenhuma!
Mario Quintana
É outono!…
MATHIAS J. ALDEN
JOSE MALHOA ISAAC LEVITAN
THOMAS BENJAMIN KENNINGTON EDWARD CUCUEL
EMILE EISMAN SEMENOWSKY
O outono toca realejo
No pátio da minha vida.
Velha canção, sempre a mesma,
Sob a vidraça descida…
Tristeza? Encanto? Desejo?
Como é possível sabê-lo?
Um gozo incerto e dorido
De carícia a contrapelo…
Partir, ó alma, que dizes?
Colher as horas, em suma…
Mas os caminhos do Outono
Vão dar em parte nenhuma!
Mario Quintana
Trio: Outono
FREDERICK MC CUBBIM
JOHN ATKINSOM GRIMSHAW
PHILIP ALEXIUS DE LASZLO
CREPÚSCULO DE OUTONO
O crepúsculo cai, manso como uma benção.
Dir-se-á que o rio chora a prisão de seu leito…
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.
O outono amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.
Os pinheiros porém viçam, e serão breve
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura unânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.
Um sino plange. A sua voz ritma o murmúrio
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale…o horizonte purpúreo…
Consoladora como um divino perdão.
O sol fundiu a neve. A folhagem vermelha
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.
A sombra casa os sons numa grave harmonia.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.
Manoel Bandeira (Brasil, 1866-1968)
Trio: Outono
Estação das névoas e da plena fecundidade
amiga íntima do sol que amadurece;
e com quem tramas benzer e carregar
de frutos as vinhas que rodeiam os beirais de palha.
(John Keats)
JOHN MIX STANLEY
WILLIAM MASON BROWN
GRIGORIY MYASOYEDOV
Outono chegou…
O crepúsculo cai, manso como uma benção.
Dir-se-á que o rio chora a prisão de seu leito…
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.
O outono amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.
Os pinheiros porém viçam, e serão breve
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura unânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.
Um sino plange. A sua voz ritma o murmúrio
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale…o horizonte purpúreo…
Consoladora como um divino perdão.
O sol fundiu a neve. A folhagem vermelha
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.
A sombra casa os sons numa grave harmonia.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.
Manoel Bandeira
JENNIE AUGUSTA BROWN SCOMBE WILLIAM QUILLER ORCHARDSON
WILLIAM MASON BROWN
EDWARD CUCUEL EMILE AUGUSTE PINCHART
BENJAMIN THOMAS KENNINGTON SOPHIE ANDERSON
JAMES JACQUES JOSEPH TISSOT SIMEON SOLOMON
WILLIAM MASON BROWN
O belo e a esperança…
“O belo é aquilo que podemos ser
E a esperança é nada mais que a
fidelidade a essa possibilidade que
dorme silenciosa em todos…”
(Rubem Alves)
É outono !
OUTONO
Estação das névoas e da plena fecundidade
amiga íntima do sol que amadurece;
e com quem tramas benzer e carregar
de frutos as vinhas que rodeiam os beirais de palha.
(John Keats)
Pintura de Hans Andersen Brendekilde