Um autor, duas obras: Philip Hermogenes Calderon
PHILIP HERMOGENES CALDERON
(Poitiers, França, 03 de maio de 1833 – Inglaterra, 30 de Abril de 1898)
Temas da Pintura: Uma beleza oriental – 4
JOHN FREDERICK LEWIS ETTORE CERCONE
BLAS OLLERAS Y QUINTANA
ADOLF WEIZ
EMILE FRIANT GASTON CASIMIR SAINT-PIERRE
JEAN ETIENNE LIOTARD NICOLAS MEGIA MARQUEZ
FREDERICK ARTHUR BRIDGMAN
JEAN-LEON GEROME
Temas da Pintura: À espera…
"Esperar é reconhecer-se incompleto."
Guimarães Rosa
AGAPIT STEVENS GEORGE CROEGAERT
WILLIAM N. MONTAGUE ORPEN ROBERT VONNOH
FABBIO FABBI DOMENICO INDUNO
PIERRE PIQUET
WILHELM CASEL MENZLER MARCUS STONE
ANSELM FEUERBACH
Receita de Mulher
As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental.
É preciso que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então Que a mulher se socialize elegantemente em azul,
como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhavel na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferencia grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher de sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imunerável.
Vinícius de Morais
GALERIA RETRATOS DE MULHER – 3 – Contemporâneos
KARL BANG AN HE
DUFFY SHERIDAN
Madre ISABEL GUERRA IMAN MALEKI
CAROL BAK
ROB HEFFERAN
STEVE HANKS (aquarela)
DOUGLAS HOFMANN
CSABA MARKUS ANTONIO CAPEL
Temas da Pintura: Mulheres (4) – cotidiano
ELISABETH KEYSER FRANCIS DAVID MILLET
JUAN ANTONIO GONZALEZ HENRI MOSLER
IGNACIO DIAS OLANO THEODORE ROBINSON
LEON AUGUSTIN LHERMITTE JAMES BARNES
DIOGENE ULISSEE NAPOLEON MAILLART WILLIAM ADOLPHE BOUGUEREAU
DANIEL RIDGWAY KNIGHT
EUGENE DE BLAAS
Tristeza do infinito…
Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
Como ave torva e sem rumo,
ondula, vagueia, oscila
e sobe em nuvens de fumo
e na minh’alma se asila.
Uma tristeza que eu, mudo,
fico nela meditando
e meditando, por tudo
e em toda a parte sonhando.
Tristeza de não sei donde,
de não sei quando nem como…
flor mortal, que dentro esconde
sementes de um mago pomo.
Dessas tristezas incertas,
esparsas, indefinidas…
como almas vagas, desertas
no rumo eterno das vidas.
Tristeza sem causa forte,
diversa de outras tristezas,
nem da vida nem da morte
gerada nas correntezas…
Tristeza de outros espaços,
de outros céus, de outras esferas,
de outros límpidos abraços,
de outras castas primaveras.
Dessas tristezas que vagam
com volúpias tão sombrias
que as nossas almas alagam
de estranhas melancolias.
Dessas tristezas sem fundo,
sem origens prolongadas,
sem saudades deste mundo,
sem noites, sem alvoradas.
Que principiam no sonho
e acabam na Realidade,
através do mar tristonho
desta absurda Imensidade.
Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério, aflito,
torturante, formidável…
ah! tristeza do Infinito!
(Cruz e Souza)
Temas da Pintura: Mulheres (2)
RETRATOS DE MULHER
GALERIA – 2
ADOLF ULRICH WERTMULLER JACOPO ZUCCHI
LEON HERBO ALBERT EDELFELT
ALPHONSE HIRSCH THEOBALD CHARTRAN
GUSTAVE JEAN JACQUET FRANÇOIS BOUCHER
PHILIP HERMOGENES CALDERON ALFRED STEVENS
ANGELIKA KAUFFMAN ANSELM FEUERBACH
EUGEN VON BLAAS (EUGENE DE BLAAS)
SER MULHER
Ah, ser mulher!
Ser mulher é ver o mundo com doçura,
É admirar a beleza da vida com romantismo.
É desejar o indesejável.
É buscar o impossível.
O poder de uma mulher está em seu instinto
Porque a mulher tem o dom de ter um filho,
E cuidar de vários outros filhos que não são seus.
Ah, as mulheres!
Ainda que sensíveis
Mulheres conseguem ser extremamente fortes
Mesmo quando todos pensam que não há mais forças.
Mulheres cuidam de feridas e feridos
E sabem que um beijo e um abraço
Podem salvar uma vida,
Ou curar um coração partido.
Mulheres são vaidosas,
Mas não deixam que suas vaidades
Suplantem seus ideais.
Muitas mulheres mudaram o rumo
E a história da humanidade
Transformando o mundo
Em um lugar melhor.
A mulher tem a graça de tornar a vida alegre e colorida,
E ela pode fazer tudo isto quantas vezes quiser
Ser mulher é gostar de ser mulher
E ser indiscutivelmente feliz
E orgulhosa por isso.
“Prá” não dizer que não falei “de” flores…
GALERIA MULHERES E FLORES – 5
AS ROSAS
(XVI)
Não falemos de ti. É inefável
segundo a tua natureza.
Outras flores ornamentam a mesa:
tu a transfiguras.
Num simples vaso és arranjo,
e eis que tudo muda:
é talvez a mesma frase,
mas cantada por um anjo.
Rainer Maria Rilke (1875-1926)
GEORGE ELGAR HICKS JAMES DROMGOLE LINTON
GEORGE BULLEID JEAN FRANÇOIS PORTAELS
EMILE VERNON MARIE VICTOIRE LEMOINE
JOHN WILLIAM GODWARD
ARTISTAS CONTEMPORÂNEOS
DUFFY SHERIDAN ROB HEFFERAN
SLAVA GROSHEV MORGAN WEISTLING
MANUEL NUNEZ BENJAMIN WU