Revista Virtual de Artes, com ênfase na pintura do século XIX

Poesia: Soneto a quatro mãos

the-muse-Gabriel-de-Cool
Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

Vinícius de Moraes e Paulo Mendes Campos

Pintura: A musa – Gabriel de Cool (França, 1854-1908)

Uma resposta

  1. tarlouzeman

    Republicou isso em ARTMANHA.

    Curtir

    27/11/2014 às 7:13

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